Um Estranho Me Ajudou Uma Vez — Depois Ele Começou a Aparecer Em Todo Lugar Que Eu Fui

Não pensei muito sobre isso quando o homem me ajudou a colocar as compras no carro. Vi como um ato aleatório de bondade, nada mais. Mas dias depois, o vi de novo. E novamente. Ele só ficava lá, observando. No começo, achei que fosse uma coincidência. Mas então o medo começou a surgir. Por que ele estava sempre lá? O que ele queria de mim?

Eu estava no estacionamento do supermercado perto de casa, meus braços doendo enquanto tentava colocar as sacolas pesadas no meu porta-malas.

Foi quando ouvi uma voz atrás de mim.

“Precisa de ajuda?”

Me virei abruptamente.

Um homem estava ali. Bem vestido, na casa dos cinquenta anos, com cabelo bem penteado e uma expressão educada. Estendeu as mãos, esperando que eu decidisse.

Eu hesitei por um segundo.

Em um mundo onde somos ensinadas a ser cautelosas, especialmente como mulheres sozinhas em estacionamentos, algo nele ainda me deixou tranquila.

“Sim, na verdade, seria ótimo,” eu disse. “Essas sacolas estão mais pesadas do que eu pensei.”

Ele pegou as mais pesadas, colocando-as cuidadosamente no meu porta-malas.

“Você deve ter estocado para o inverno ou algo assim,” ele disse com uma risadinha.

“Só uma compra normal,” respondi, oferecendo um sorriso tímido. “Juro que fazem essas sacolas mais frágeis a cada ano.”

Ele assentiu, fechando o porta-malas para mim. “Aqui está. Tudo certo.”

“Obrigada,” eu disse, ajeitando a bolsa no ombro. “Isso foi muito gentil da sua parte.”

“Qualquer coisa.” Ele acenou uma vez, seus olhos encontrando os meus por um momento antes de virar e ir embora. Sem demora, sem expectativa de conversa. Apenas um estranho ajudando.

Eu o observei por um momento antes de entrar no meu carro.

Quando saí do estacionamento, já tinha empurrado o encontro para o fundo da minha mente. Foi só um simples ato de bondade. Nada mais, certo?

Errado.

Era algo muito mais do que isso.

A primeira vez que o vi depois daquele dia, mal reagi.

Foi do lado de fora do café onde eu pegava meu café da manhã. Ele estava do outro lado da rua, com as mãos nos bolsos, olhando para o celular.

Eu franzi a testa, mas racionalizei. Talvez ele trabalhasse ali por perto. Talvez fosse só uma coincidência.

Depois o vi de novo. Perto da livraria.

No dia seguinte, do lado de fora da minha academia.

Sempre à distância, nunca se aproximava. Era como um jogo de déjà vu que eu não conseguia afastar.

Tentei me convencer de que não era nada.

Afinal, as pessoas de uma cidade frequentam os mesmos lugares. Mas havia uma sensação desconfortável que se instalava no meu estômago e não ia embora.

Uma noite, peguei meu celular para tirar uma foto, só para provar para mim mesma que ele era real.

Mas assim que levantei a câmera, meu celular morreu. Bateria zerada. Típico.

Eu enfiei o celular de volta no bolso, balançando a cabeça.

Passou uma semana, e os avistamentos continuaram. Não era mais só nos meus lugares de sempre. Era em todo lugar.

Uma noite, eu estava sentada em um café, mexendo meu chá distraidamente, quando meus olhos levantaram até a janela. E lá estava ele de novo. Do outro lado da rua. Observando.

Murmurei baixinho, “Lá está ele de novo.”

Eu estava prestes a pegar meu celular para tirar uma foto dele quando a mulher na mesa ao lado me interrompeu.

“Quem?” ela perguntou, seguindo meu olhar.

“Aquele homem,” eu disse, virando para ela. “Ali, do outro lado da rua.”

Ela apertou os olhos, então franziu a testa. “Não tem ninguém ali.”

Virei a cabeça rapidamente para a janela. A calçada estava vazia. Ele não estava lá.

Não só falhei em tirar uma foto dele, como a mulher na outra mesa achou que eu estava louca.

Não consigo explicar o quão horrível eu me senti.

Naquela noite, eu peguei um caminho diferente para casa. Estacionei em um lugar diferente. Fiquei dentro de casa por dois dias inteiros, fingindo que era só cansaço que me mantinha afastada do mundo.

Mas quando finalmente saí, ele estava lá. Do outro lado da rua. Novamente.

Virei-me abruptamente e caminhei direto em direção a ele, meu coração batendo forte nos meus ouvidos. Mas antes que eu pudesse atravessar a rua, ele sumiu.

Fiquei parada, congelada na calçada.

O que estava acontecendo? Eu estava perdendo a cabeça?

Sobrecarregada, dirigi até a loja de joias da minha melhor amiga, Elaine.

Quando estacionei, meus olhos se dirigiram rapidamente para a calçada do outro lado da rua.

Lá estava ele.

Parado, com as mãos nos bolsos, só observando.

Forcei-me a olhar para o outro lado e entrei rapidamente na loja.

Elaine olhou para cima de trás do balcão. “Oi, estranha. Você parece ter visto um fantasma.”

“Acho que vi,” murmurei, apoiando-me na vitrine de vidro. “Tem um homem. Ele me ajudou com as compras algumas semanas atrás. Mas desde então, eu o vejo em todo lugar.”

Elaine levantou uma sobrancelha. “Tem certeza de que é o mesmo cara?”

Eu assenti.

“Tentei tirar uma foto dele, mas toda vez que eu tento, algo me impede,” disse a ela. “E agora? Ele estava lá fora. Do outro lado da rua. Observando.”

O sorriso de Elaine sumiu. “Isso é muito assustador, Mags. Talvez você devesse chamar a polícia.”

“E contar o quê? ‘Oi, tem um cara existindo perto de mim e isso me deixa desconfortável?’” Dei uma risada sem humor. “Eu preciso de provas. Algo tangível.”

Meu estômago revirou enquanto eu olhava para a janela.

“Ele está lá. Eu acabei de vê-lo do lado de fora da loja,” sussurrei. “Veja você mesma.”

Elaine caminhou até a porta e olhou para fora, depois franziu a testa.

“Maggie… não tem ninguém lá.”

“Isso é impossível!” protestei. “Eu acabei de vê-lo.”

Elaine me observou cuidadosamente antes de falar.

“Vamos conferir as câmeras de segurança,” sugeriu. “Se ele estava lá, vamos vê-lo.”

“Ok,” eu disse antes de caminharmos até o escritório dela.

Minhas mãos tremiam enquanto ela puxava as imagens e rebobinava.

As imagens mostravam eu entrando na loja. Mas não havia ninguém lá fora. Nenhum homem. Nenhuma figura de pé do outro lado da rua. Apenas espaço vazio.

Meu estômago afundou.

“Meu Deus,” sussurrei. “O que diabos está acontecendo comigo?”

Elaine e eu ficamos lá, olhando para a tela, em silêncio. Eu voltei a rodar as imagens porque não conseguia acreditar no que estava acontecendo.

Ainda assim, nada. Nenhum homem. Nenhuma sombra. Só eu.

Foi quando Elaine colocou a mão no meu ombro.

“Maggie, você está bem?” ela perguntou.

“Eu não sei,” eu admiti. “Eu vi ele. Eu sei que vi.”

“Hum, Maggie…” ela começou. “Talvez você devesse conversar com alguém. Um médico, talvez? O que acha?”

Fiquei ali, olhando para ela.

“Um médico? Eu… eu não sei…” dei de ombros. “Eu acho que preciso de respostas primeiro.”

E eu sabia exatamente por onde começar.

Saí imediatamente da loja de Elaine e dirigi até o supermercado onde eu o conheci. Meu coração batia forte no peito enquanto eu me aproximava do balcão.

“Oi, eu estava aqui há algumas semanas e acho que perdi meu anel no estacionamento,” menti. “Tem como eu verificar as imagens de segurança?”

O atendente hesitou. “Eu precisaria de autorização do gerente, mas… você tem certeza de que foi aqui?”

“Sim,” disse rapidamente, forçando um sorriso nervoso. “Eu ficaria muito agradecida.”

Após uma longa pausa, o gerente concordou. Eu me sentei ao lado deles enquanto eles puxavam as imagens no escritório.

“Acho que é isso…” disse enquanto assistia a mim mesma caminhando até meu carro com as sacolas de compras.

Vi que parei ao chegar no carro. E então comecei a conversar com alguém.

Mas não havia ninguém lá.

Minha respiração falhou. Minhas mãos tremiam enquanto eu me agarrava à borda da mesa.

“Não,” sussurrei. “Isso não é possível.”

Eu assisti a mim mesma sorrir, acenar com a cabeça e até estender a mão como se estivesse apertando a mão de alguém. Mas o estranho não estava lá.

Eu estava sozinha.

“Senhora, tem certeza de que perdeu o anel aqui?” o gerente perguntou, me olhando. “E… quem você estava conversando aqui?”

Eu não respondi. Só fiquei lá, olhando para a tela.

“Senhora?” ele disse. “Você está bem?”

O gerente parecia bastante preocupado, mas eu estava tão chocada que não consegui responder nada. Lutei para recuperar o fôlego enquanto saía do escritório.

Ele não era real. Nunca foi. O homem que eu tinha visto, o homem que estava me observando… estava tudo na minha cabeça.

Quando me acalmei, dirigi de volta até a loja de Elaine. Quase tropecei enquanto empurrava a porta.

“Maggie, o que aconteceu?” ela perguntou.

“Ele não é real, Elaine,” sussurrei. “As câmeras… não o viram. Ele nunca esteve lá. Aquele homem nunca esteve lá.”

“Maggie…” Elaine começou. “Eu acho que você precisa ver alguém.”

“Não,” balancei a cabeça. “Eu só preciso descobrir isso. Talvez eu esteja só cansada ou estressada.”

Elaine suspirou.

“Maggie, ouça-me. Você viu alguém que não estava lá. Você o viu em todo lugar. Isso não é só estresse. Isso é algo sério.”

Eu esfreguei as têmporas. “Mas e se—”

“Sem ‘e se,’” ela me interrompeu suavemente. “Você precisa de ajuda. Não tem vergonha nisso. Por favor, só converse com alguém. Um médico, um terapeuta… qualquer pessoa que possa te ajudar a entender isso.”

Engoli em seco.

Naquele ponto, eu não queria aceitar o que Elaine estava dizendo. Ela achava que eu não estava bem. Ela achava que eu precisava de ajuda.

Mas lá no fundo, eu sabia que ela estava certa.

“Ok…” disse depois de uma longa pausa. “Eu vou.”

A sala de espera cheirava a desinfetante, e o zumbido de vozes baixas preenchia o ambiente.

Minhas mãos mexiam-se nervosamente no colo enquanto eu aguardava meu nome ser chamado. Elaine estava ao meu lado, garantindo que eu estivesse bem.

“Margaret?” uma voz chamou do corredor.

Soltei o ar com força e me levantei, seguindo a enfermeira até um escritório silencioso. Um homem com olhos gentis e uma postura calma me cumprimentou enquanto eu me sentava.

“Sou o Dr. Levin,” ele disse. “A Elaine me contou um pouco sobre o que tem acontecido. Por que não me conta com suas palavras?”

Eu hesitei, depois respirei fundo.

“Tem um homem,” comecei. “Eu o vi em todo lugar. Mas… ele não é real.”

“E como você sabe disso?” Dr. Levin perguntou.

“As imagens de segurança provaram isso. Eu estava conversando comigo mesma o tempo todo…”

Dr. Levin assentiu pensativamente.

“Maggie, depois que a Elaine me contou o que você passou na vida e analisando sua situação, acredito que o que você está vivendo está relacionado ao luto prolongado,” ele disse.

“Luto prolongado?” eu repeti.

“Sim,” ele respondeu. “Quando passamos por uma perda intensa, às vezes nossa mente tenta criar familiaridade… Algo ou alguém que nos dê conforto, mesmo que não seja real.”

Engoli em seco. Sabia onde isso estava indo.

“Então, você está dizendo que eu imaginei ele?” perguntei.

“Não conscientemente,” ele me tranquilizou. “Sua mente provavelmente criou ele como uma maneira de lidar com o luto. O fato de ele ter te ajudado com as compras? Isso é significativo. Havia alguém na sua vida que costumava fazer isso por você?”

“Sim,” gaguejei. “Meu marido, Michael. Ele costumava me ajudar com as compras o tempo todo…”

Dr. Levin deu um pequeno aceno de compreensão.

“Sua mente pode ter pegado essa memória e moldado ela em algo tangível. Isso não é incomum, especialmente em casos de luto não resolvido. Você não está perdendo a cabeça, Maggie. Você está sofrendo. E o luto pode ser poderoso.”

Lágrimas encheram meus olhos.

Por tanto tempo, eu vinha fugindo do meu luto, me recusando a enfrentar a solidão que se instalou na minha vida depois que Michael faleceu em um acidente de carro. A partida repentina dele deixou um vazio na minha vida que eu estava tentando ignorar.

Agora, esse mesmo vazio estava bem na minha frente.

“Isso… vai parar? Vai embora?” perguntei, baixinho.

“Com o tempo e o apoio certo, sim,” ele sorriu. “Terapia, processar sua perda e reconhecê-la… esses são os primeiros passos. E você não precisa fazer isso sozinha.”

“Ok,” eu consegui dizer. “Eu vou tentar.”

A primeira sessão de terapia foi a mais difícil.

Falar sobre Michael, reconhecer o peso da sua ausência, e deixar eu mesma lamentar ao invés de empurrar isso para longe. Foi avassalador.

Mas lentamente, comecei a me sentir mais leve, como se o fardo que eu carregava há tanto tempo estivesse começando a levantar.

Elaine me visitava frequentemente, e pela primeira vez, eu não a afastei. Deixei ela estar lá para mim, deixei ela ajudar de maneiras que eu tinha sido teimosa demais para aceitar antes.

E deixe-me te contar, o estranho não apareceu de novo.

Nem no café, nem do outro lado da rua, nem no estacionamento do supermercado.

E pela primeira vez em muito tempo, eu não me senti sendo observada.

Ainda penso em como a mente funciona de maneira tão misteriosa. Como o luto pode moldar a realidade e como as memórias podem se manifestar em algo que acreditamos ser real.

Mas, através de tudo isso, uma coisa permaneceu constante. Elaine.

Ela foi meu ancla e a pessoa que me manteve de não me perder na minha própria mente. E por isso, eu sempre serei grata.

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