Eu sabia que o encontro às cegas estava indo mal quando ele olhou para o relógio pela terceira vez. “Desculpe”, murmurou ele, “você… não é o que eu esperava.” Meu coração doeu, mas antes que eu pudesse ir embora, duas menininhas idênticas puxaram meu casaco. Seus olhos estavam arregalados, esperançosos. “Moça… a senhora quer ser nossa mãe?” Prendi a respiração. O pai delas congelou. E de repente… o Natal não parecia mais tão frio. Mas em que exatamente eu tinha me metido?

Percebi que o encontro às cegas estava indo mal quando ele olhou para o relógio pela terceira vez. “Desculpe”, murmurou, “você… não é o que eu esperava.” Seu nome era Daniel Cole — engenheiro de software, viúvo recente e, aparentemente, arrependido de ter concordado em me encontrar. Forcei um sorriso educado, fingindo que as palavras não me magoaram. Luzes de Natal brilhavam na janela do café ao lado, zombando do silêncio que se estendia entre dois estranhos que claramente não eram feitos um para o outro.

Estendi a mão para pegar meu casaco, pronta para salvar o que restava da minha dignidade, quando senti um leve puxão na manga. Depois, outro. Virei-me e encontrei duas menininhas idênticas olhando para mim. Lenços vermelhos. Tranças loiras desarrumadas. Olhos grandes demais para seus rostinhos.

“Senhorita… você quer ser nossa mãe?”, sussurrou a da esquerda.

Eu paralisei. Daniel quase se engasgou. “Emma, ​​Lily… não, querida, vocês não podem simplesmente…” Ele deixou a cabeça cair entre as mãos, mortificado.

Mas as meninas não se mexeram. “Papai disse que poderíamos conhecer alguém especial hoje”, insistiu a outra. “Você é bonita. E cheira a biscoitos.”

Apesar do caos, uma sensação calorosa surgiu em meu peito. Ajoelhei-me para ficar na altura delas. “Meninas, essa é… uma pergunta muito importante.”

Emma assentiu seriamente. “Precisamos de uma mãe. Fizemos um pedido.”

Lily acrescentou: “Uma de Natal.”

Olhei para Daniel, esperando raiva, mas em vez disso encontrei exaustão — camadas e mais camadas de exaustão. Ele esfregou a nuca. “Sinto muito. Eu não disse a eles que era um encontro. Eles devem ter… entendido errado.”

Seu constrangimento parecia real, humano. E, pela primeira vez naquela noite, vi o homem por trás da conversa fiada desajeitada — um pai fazendo o seu melhor e falhando de maneiras dolorosamente adoráveis.

Antes que eu pudesse responder, a porta do café se abriu de repente atrás de nós, e uma rajada de vento gelado invadiu o local. Emma agarrou minha mão. Lily se agarrou ao meu casaco. Os olhos de Daniel encontraram os meus, arregalados de pânico.

“Por favor”, disse ele baixinho, “ajude-me a levá-los para casa”.

O momento pairou entre nós — cru, inesperado, impossível.

E de alguma forma, eu sabia que aquela noite estava prestes a mudar tudo.

Saímos juntos para a rua nevada — eu, Daniel e duas menininhas determinadas, grudadas em mim como se já tivessem sido adotadas por vontade própria. Eu deveria estar me sentindo sobrecarregada, mas algo naquele caos parecia estranhamente… certo. Pelo menos mais certo do que o encontro constrangedor que tínhamos enfrentado.

Daniel não parava de se desculpar enquanto caminhávamos. “Eles têm perguntado muito sobre a mãe ultimamente”, disse ele. “Ela faleceu há dois anos. Os feriados pioram tudo.”

Meu peito apertou. “Desculpe. Eu não sabia.”

Ele assentiu com a cabeça. “Não esperava que esta noite fosse algo sério. Sinceramente, pensei que talvez cancelasse.”

“E, no entanto”, brinquei levemente, “aqui estamos nós. Cuidando de crianças juntas.”

Seus lábios se curvaram num sorriso. “Não era assim que eu imaginava esta noite, mas… eles realmente gostam de você. Isso é raro.”

Emma pulou entre nós. “Papai, a senhorita—” ela fez uma pausa, pensativa—” a Claire pode vir ver nossa árvore?”

Lily acrescentou: “Temos enfeites que nós mesmas fizemos!”

Olhei para seus rostos esperançosos. Recusar parecia impossível. “Eu adoraria”, disse baixinho.

Daniel respirou fundo, como se não soubesse se ria ou entrava em pânico. “Só se você quiser. Sem pressão.”

Dentro do apartamento delas, uma luz quente preenchia a sala de estar, com decorações descombinadas espalhadas por todo lado — amor em cada canto. As meninas me mostraram com orgulho a árvore: uma estrela torta, flocos de neve de papel, impressões de mãos desalinhadas. “Nós fizemos isso no Natal depois que a mamãe foi para o céu”, disse Lily. “O papai chorou muito.”

Daniel fez uma careta. “Lily…”

“Está tudo bem”, sussurrei. “A dor não desaparece. Ela muda de forma.”

Ele olhou para mim como se não tivesse ouvido gentileza há muito tempo.

Enquanto as meninas brincavam, ele serviu chocolate quente na cozinha. “Não sei por que elas se apegaram a você tão rápido”, disse ele. “Mas obrigado por não ter fugido.”

“Quase aceitei”, admiti. “Até que me pediram para ser a mãe deles.”

Ele gemeu. “Eles me pegaram de surpresa também.”

Então ele hesitou. “Claire… Eu sei que esta noite começou terrivelmente mal. Mas você consideraria… talvez… não terminar aqui?”

Eu o encarei. Seus olhos cansados. Sua voz suave. O jeito como ele olhava para as meninas como se elas fossem ao mesmo tempo seu fardo e seu milagre.

Antes que eu pudesse responder, um estrondo alto irrompeu da sala de estar.

Emma gritou: “A estrela caiu!”

Lily interrompeu: “Precisamos de ajuda!”

Daniel e eu corremos até eles — uma interrupção perfeita e caótica.

E, de alguma forma, a pergunta que ele fizera pairou entre nós… em suspenso.

Consertamos a estrela cadente juntas — quatro mãos ocupadas, duas vozinhas dando ordens. Quando a estrela finalmente ficou firme, Emma deu um passo para trás, com as mãos na cintura. “Viram?”, declarou orgulhosa. “Fica melhor quando a Claire ajuda.”

Lily assentiu com a cabeça. “Porque ela é mágica.”

Eu sorri. “Não é mágico. É apenas… estar aqui.”

Daniel nos observava com um olhar que eu não conseguia decifrar — terno, esperançoso, aterrorizado. Quando as meninas saíram correndo para procurar adesivos de Natal, ele e eu nos vimos sozinhos ao lado da árvore iluminada.

Ele suspirou. “Eu não estava pronto para esta noite. Ainda não tenho certeza se estou.” Ele olhou para o corredor. “Mas vê-los se iluminarem assim — ver você com eles — parece a primeira coisa boa em muito tempo.”

Dei um passo à frente. “Ninguém espera que você esteja preparado para tudo, Daniel. O luto é complicado. Criar filhos é complicado. Namorar é complicado.”

Ele riu baixinho. “Então talvez você seja exatamente o que essa bagunça precisava.”

Senti minhas bochechas esquentarem. “Você perguntou se eu consideraria não terminar a noite aqui.”

Ele engoliu em seco. “Sim.”

“Daniel… ainda não sei o que é isso”, disse sinceramente. “Mas gostaria de descobrir. Aos poucos.”

O alívio em seu rosto era inconfundível. “Devagar é bom.”

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, as meninas voltaram — com os braços cheios de adesivos e travessuras. Emma se jogou no meu colo como se fosse o lugar mais natural do mundo. Lily sentou ao meu lado, encostando-se no meu ombro. Daniel observava, atônito, mas sorrindo.

“Claire”, perguntou Emma, ​​“você pode voltar amanhã?”

Lily acrescentou: “E no dia seguinte? E no dia depois desse?”

Daniel parecia horrorizado. “Meninas, ela tem a própria vida—”

Interrompi gentilmente. “Posso visitar. Um dia de cada vez.”

Eles gritaram como se eu tivesse prometido a lua.

Mais tarde, quando me preparava para ir embora, Emma me abraçou pelas pernas. “Obrigada por tentar ser o nosso desejo de Natal.”

Lily sussurrou: “Não desapareça.”

Minha garganta se fechou. “Não vou.”

Na porta, Daniel colocou meu casaco sobre meus ombros. “Obrigado”, disse ele baixinho.

“Para que?”

“Por nos darem uma oportunidade que não esperávamos.”

Lá fora, os flocos de neve caíam como confissões silenciosas. Olhei pela janela — para a árvore, as meninas, o homem que me rejeitara poucas horas antes — e senti algo mudar dentro de mim.

Talvez os desejos nem sempre se realizem da maneira que você esperava.

Às vezes… elas vinham envoltas em caos, tristeza e esperança.

E às vezes, tudo começava com um encontro às cegas que deu errado.

Se vocês quiserem a Parte 4, um aprofundamento no relacionamento deles ou uma versão do ponto de vista do Daniel, me avisem — o que deve acontecer em seguida?

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