
Na loja, acidentalmente esbarrei no pé de um homem com a roda da minha cadeira de rodas: ele começou a gritar comigo e a me insultar até a chegada da polícia…
Já faz alguns anos que não consigo andar. Antes, eu pensava que perder a capacidade de me movimentar de forma independente seria o fim da minha vida normal. Sim, é difícil — dói física e mentalmente. Mas aprendi a lidar com isso. Aceitei minha condição e decidi: vou continuar vivendo o máximo possível, sem me trancar entre quatro paredes.
Graças a Deus, vivemos em um mundo onde as pessoas com deficiência são respeitadas, recebem ajuda e onde são criadas condições para uma vida normal… Mas, infelizmente, nem sempre é assim em todos os lugares. Às vezes, encontramos pessoas para quem somos apenas uma desculpa para descarregar a raiva.
Recentemente, aconteceu algo comigo que ainda me lembro claramente.

Naquele dia, como de costume, fui às compras no supermercado perto de casa. Não gosto de depender dos outros, então tento resolver as tarefas do dia a dia sozinha: escolher os produtos, ir aos correios, pagar as contas. Isso me dá a sensação de que ainda tenho controle sobre a minha vida.
Eu estava circulando pelos corredores, observando atentamente os produtos. A cesta no meu colo já estava meio cheia. Ao virar em outro corredor, acidentalmente esbarrei a roda da minha cadeira de rodas no pé de um homem que estava de costas para mim.
“Desculpe”, eu disse imediatamente, parando. “Eu realmente não te vi.”
Parecia uma situação normal: você esbarra em alguém, pede desculpas e segue em frente. Mas não dessa vez. O homem se virou bruscamente e literalmente explodiu de raiva.
“Não me importo com seus pedidos de desculpas!”, gritou ele tão alto que as pessoas do outro lado do corredor se viraram. “Quem vai pagar pelo meu tratamento, hein? Vocês me machucaram!”
Tentei mais uma vez explicar calmamente que tinha sido um acidente, mas ele parecia estar apenas esperando uma desculpa para me atacar. Seu rosto se contorceu e ele começou a proferir insultos:
“Por causa de gente como você, o mundo está indo para o inferno! Lixo fraco e inútil! Vocês vivem às custas das pessoas normais!”
Cada palavra me feria profundamente, mas eu entendia que discutir era inútil. Seus gritos atraíram os funcionários da loja, e alguém já havia chamado a polícia.
Poucos minutos depois, dois policiais entraram no corredor. Eles nos ouviram, trocaram um olhar e um deles disse de repente:
“Senhor, por favor, venha comigo.”

Fiquei estupefato.
“O quê?” perguntei, sentindo a indignação ferver dentro de mim. “Então a culpa é minha? Só porque esbarrei nele sem querer?”
Não tive escolha a não ser segui-los. Saímos e fomos em direção à viatura. Eu me preparava mentalmente para a humilhação, um longo interrogatório e talvez uma multa. Mas, no caminho, não consegui me conter e perguntei:
“Diga-me honestamente, por que você me levou e não a ele? Foi ele quem começou a briga.”
O policial me olhou rapidamente, baixou a voz e disse algo que me apavorou.
Estou contando minha história no primeiro comentário, e você pode compartilhar a sua se já passou por algo parecido.
“Senhor, este homem é um criminoso perigoso. Ele tem várias condenações por agressões e brigas. Já cumpriu pena e, segundo nossas informações, tem um temperamento explosivo e uma natureza vingativa. Se o tivéssemos deixado lá, ele poderia ter voltado para se vingar. No momento, não temos base legal para detê-lo, então decidimos que seria mais seguro se ele pensasse que o prendemos. Assim, ele não o procurará.”
Fiquei em silêncio. Senti um arrepio. Perceber que eu estivera a apenas um metro de uma pessoa capaz de violência me causou um calafrio.
O policial acrescentou:

“Casos como este já aconteceram antes. Ele cumpriu sua pena, mas aparentemente não mudou.”
Desde aquele dia, deixei de correr riscos. Parei de ir às lojas e peço tudo por delivery. Isso me deixa triste — sempre valorizei poder participar um pouco da vida normal.
Mas agora sei que até mesmo a ida mais comum ao supermercado pode se transformar em um encontro com um perigo que você nem imaginava.
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